1ºCapítulo - In Paradise

In Love with him

Seria clichê demais dizer que estou apaixonada por alguém que nunca vai se quer olhar pra mim? Ou seria clichê demais dizer que prefiro sofrer calada a ter que assumir isso pro mundo? Ok, minha vida se tornou um clichê desde quando? Agora até ir comprar um café se tornou clichê, será que esse é o mal dos  apaixonados? Se tornar um um clichê? Mas para ser sincera os clichês são bons, ou então não seriam clichês, por que quem repetiria tanto algo que não é bom? São tantas dúvidas e uma única certeza: estou fodida, estou apaixonada.

Ok! Agora eu realmente preciso levantar dessa cama e ir trabalhar. Tenho que ir enfrentar mais um dia de plantão ao lado do cara que me deixou assim, nesse estado lastimável de pena de si mesmo. Tudo bem estou sendo dramática demais...

Levantei e fui tomar meu banho, vesti uma calça de tecido preta e uma bata estampada, prendi o cabelo em um rabo de cavalo e fiz uma maquiagem básica, afinal eu estava indo pro hospital e não pra uma festa. Tomei café e eu já estava atrasada. Ótimo, se atrase mais uma vez e seja demitida.
 ...
Eu realmente amo meu trabalho, eu adoro poder ajudar as pessoas e é claro que me parte o coração ver aquelas crianças doentes e muitas vezes não poder ajudar. Mas eu sabia de tudo isso quando decidi me especializar em oncologia infantil há 5 anos, é triste ver a dor daquelas famílias, mas é extremamente gratificante poder levar um pouco de esperança e alegria para essas pessoas...
...
Por sorte o trânsito não estava muito ruim e consegui chegar no horário certo ao hospital ultimamente eu estava passando mais tempo nesse lugar do que na minha própria casa. Fui direto para minha sala ver quais eram os pacientes de hoje, quando me sentei na cadeira ele abre a porta...
-Olá doutora Elena, posso saber o que aconteceu para a senhora não estar atrasada?
-Bom dia pra você também Damon, e me dê um desconto, eu praticamente moro nesse hospital.
- Ok,ok! Tem alguém que não dormiu bem essa noite.
- Pois é, então fale o que você quer e me deixe trabalhar. - ( claro que eu não dormir bem essa noite e nem na noite passada, eu não durmo bem há semanas, porque a única coisa que me vem a cabeça quando fecho os olhos é você seu idiota, argh)
- Tudo bem, acho melhor eu me apressar mesmo, quero sair vivo daqui. Aqui está a lista dos pacientes que você deve ir olhar hoje lá na ala terminal. - Ele me entregou e já ia saindo.
- Damon. - Falei antes que ele fechasse a porta
- Oi Elena.
- Se não for pedir muito, você poderia ir comigo lá hoje a tarde? São muitos e não sei se eu sozinha consigo atender a todos.- Odiava pedir favores a ele, mas eu realmente não conseguiria atender todos sozinha hoje.
- Claro que sim Lena, passa na minha sala quando você estiver indo.
- Obrigada - Também odiava que ter de dizer isso, na verdade eu odiava estar apaixonada por ele.
- É o meu trabalho. -  Falou antes de fechar a porta.

A verdade é que Damon era o garanhão não só do hospital mas de todos os cantos onde ele andava, tinha os olhos azuis, e que olhos, o cabelo preto que ele sempre deixava em um assanhado proposital e tinha um corpo, que meu Deus. Para com isso Elena, ele nunca se quer vai olhar pra você com outros olhos, ele só quer ser seu amigo e nada mais.

Conheci Damon desde quando entrei aqui no hospital há 3 anos, entramos juntos e de cara nos tornamos amigos, ele está sempre me ajudando no que eu preciso, no começo era realmente só amizade mesmo, mas com o tempo isso virou paixão, só que ele sempre deixou bem claro que não passaria de amizade.

Chega de pensar no Damon... Agora foque no trabalho, apenas no trabalho. Logo Caroline, minha amiga e secretária, pediu para que os pacientes que tinham hora marcada irem entrando e o dia se passou sem maiores problemas.

Chegou a hora de ir chamar o Damon para irmos ver os pacientes.
-Damon? - Abri a porta devagar e ele estava no celular. Ia voltar e esperar, quando escutei ele falando.
-Sim meu amor, eu vou chegar a tempo de te levar ao shopping, ok até mais tarde, beijo. - Ah não Elena, não,não,não, sua burra, você se apaixonou por um cara comprometido. Mas por que ele não me falou que estava namorando? Ah Damon você me paga. Fui fechando a porta devagar e voltando. Eu ia sozinha.
-Elena?- Isso, parabéns ele te viu sua idiota.
- Oi Damon, eu já estou indo, se quiser pode ir pra casa, você dever ter compromissos, deixa que eu dou conta.
- Claro que não Lena, eu falei que ia com você e vou, espera só um estante enquanto guardo as coisas aqui.

Ele terminou de guardar e nós saímos.
...
Damon realmente tinha jeito pra lidar com crianças, elas adoravam ele. E isso mexia muito comigo, mas agora que descobri que ele tem namorada só consigo sentir raiva de mim mesma por gostar tanto dele.

Até que não foi assim tão difícil atender todas aquelas crianças, mas o problema é que sempre que eu saía de lá eu estava destruída emocionalmente, era terrível saber que todos ali não teriam mais que poucos meses de vida quando na verdade eram para estar apenas começando a viver.

Eu e Damon saímos de lá e ele perguntou se eu tinha com quem ir para casa, mas como eu estaria de plantão hoje, falei que não precisava se preocupar. E além do mais ele ainda tinha que ir encontrar o "amor" dele. Argh, que ódio.
- Então Lena, trabalho comprido e já que não precisa de carona, eu já vou indo, estou até atrasado. Bom plantão pra você. - E ai está, eu tinha o atrasado para o compromisso com a outra lá.
- Realmente obrigada Damon, você salvou minha vida - Sorri forçada- E desculpa por te atrasar, mais uma vez.
- Que isso? Amigos servem para essas coisas mesmo, tchau. - Falou casualmente e saiu

O plantão foi um pouco cansativo, tivemos umas 5 emergências e acabou que eu iria virar mais um dia sem voltar pra casa.